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Carmen Silva fica como uma voz do romantismo popular dos anos 1970
27/09/2016 12:17 em Música

A cantora mineira Carmen Sebastiana de Jesus (22 de março de 1945 – 26 de setembro de 2016), conhecida pelo nome artístico de Carmen Silva, sai de cena aos 71 anos, mas fica na história da música do Brasil como uma das vozes das canções pautadas pelo romantismo mais popular, segmento que gerou hits e lucros para a indústria do disco nos anos 1970.

O nome de Carmen Silva – morta ontem na cidade de São Paulo (SP), vítima de parada cardíaca provocada por tromboembolia – certamente jamais vai aparecer com destaque nos livros e documentos oficiais sobre a música popular do Brasil. Mas a voz e o repertório da cantora reverberaram nos corações do público do chamado Brasil profundo que ignora as normas de (bom) gosto ditadas por críticos musicais.

Carmen Silva começou a carreira na segunda metade da década de 1960, gravando compactos com modesta repercussão. O sucesso popular veio para Carmen somente no início dos anos 1970, década áurea da carreira da artista. Já em 1971 a cantora emplacou nas paradas nacionais o sucesso Adeus, solidão, versão em português de Newton Miranda para Picking up pebbles (Johnny Curtis, 1969).

Ao longo dos anos 1970, Carmen driblou a pressão para gravar samba – feita pela indústria fonográfica em cima das cantoras negras - e seguiu sempre na linha popular romântica, lançando pela gravadora RCA álbuns como Carmen Silva (1971), A pérola negra (1973), Cantem comigo (1974), Carmen Silva (1976), Carmen Silva (1977) e Eu sempre vou te amar (1979), disco do qual saiu o sucesso Espinho na cama (Praense e Compadre Lima), que veio se somar a uma série de hits populares como Amor com amor se paga (Luis Vanderley e Kátia, 1974).

Carmen Silva gravou regularmente nos anos 1980, década na qual se transferiu, na segunda metade, para a gravadora RGE. A partir dos anos 1990, contudo, as portas do mercado fonográfico começaram se fechar para a cantora, que adotou repertório religioso a partir de 2002, dez anos após a edição do último álbum com canções populares.

Carmen Silva pertenceu a uma categoria de intérpretes valorizados pelo povo brasileiro em determinada época, mas que, passado o período áureo da carreira, são progressivamente esquecidos e, pior, passam a ser ignorados pelas histórias oficiais da música brasileira.


(Crédito da imagem: reprodução do encarte do álbum Carmen Silva, de 1987)

 

 

FONTE: http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/

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