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Como "Malandramente" fez de um desempregado e um pedreiro astros do funk
03/10/2016 11:22 em Música

 

Os MCs Nandinho & Nego Bam, em cena do clipe de "Malandramente"

Antes de "Malandramente" estourar, há três meses, Nandinho e Nego Bam viam um futuro nebuloso na música. Enquanto o primeiro, desempregado, já não conseguia mais se manter cantando em bailes nas comunidades do Rio, o segundo tirava o sustento da família preparando gesso em canteiros de obra.

Agora, cantarolando o advérbio que sintetiza a cultura carioca, a dupla faz dez shows por semana no país, recebendo cachês de astros da música. Com uma década de funk, enfim conseguiram compraram carro e equipar a casa. E ainda viraram personagens de inúmeros memes e paródias que tomaram a internet. Tudo naquele jeitinho malandro.

"Cara, minha vida mudou completamente. Eu estava 'respirando por aparelhos', vivendo dos bailes. Era um aqui, outro ali. Aquela coisa bem fraquinha. Já tava pensando em arrumar outro emprego", revela Nandinho, que, com os novos vencimentos, adquiriu recentemente o utilitário esportivo coreano Actyon. A dupla mudou -e muito de vida.

Escorado num canto, acabou convidado por Dennis para gravar o refrão, que parecia pedir um tom vocal mais grave e à la Tim Maia. A parceria deu tão certo que logo em seguida, durante o voo para gravação do videoclipe da música, foi oficializada. No YouTube, "Malandramente" já conta mais de 50 milhões de visualizações —número de estrela pop internacional.

"Dou muitos conselhos a eles. E não só na parte musical. Também falo em administrar a carreira e a grana que está entrando. Falei para eles se preocuparem em comprar um imóvel primeiro, dar um lar para família. E não sair fazendo loucura para esbanjar, como muitos fazem", diz Dennis, que também é empresário e já gravou com MC Guimê e Nego do Borel.

Como ingrediente do fenômenos, ele teve a sacada de enxergar uma lacuna no funk di rui: tão populares no sertanejo e no passado, duplas, como Claudinho & Buchecha, haviam sumido.

"A gente está sempre atrás da música perfeita, que é 'Malandramente'. Produzimos dezenas de músicas todas as semanas. E nem todas viram. É difícil. Cobro dos MCs com quem trabalho para virem sempre com a ideia de melhorar a letra. Contar uma história, passar uma mensagem. Isso além de ter uma melodia que pegue."

 

Letra "feminista"

No caso de "Malandramente", Nandinho diz que pensou prestar homenagem as mulheres, tradicionalmente objetificadas em rimas do funk. A letra, fictícia, fala de uma menina que seduz os MCs em uma balada e que, na hora da "ação", resolveu dar um "perdido". Todas as estrofes foram construídas a partir da métrica do título, que virou melodia na cabeça do funkeiro.

"Quando a bênção da música veio, pensei: 'cara', preciso fazer rum funk que levante a moral e a auto estima das meninas. Porque hoje o funk tá muito a menina faz isso, faz aquilo e vai fazer com todo mundo. Eu precisava mudar isso aí", entende Nandinho, que, no entanto, usa os termos "safada" e "madeirada" na música. "Mas aí não é porrada. É uma coisa mais sexual mesmo (risos)."

Para Nandinho, o êxito viral se deve, em parte, à presença e carisma de Nego Bam. Antes de "Malandramente", o MC já era conhecido por bombar nas redes sociais. Depois dela, chegou até a ser chamado de "Drake brasileiro". Um meme ambulante. E agora estiloso.

"É bom dar o crédito para esse pessoal. Antes de eu estourar, eles já vinham me seguindo, com as paródias. Esses memes vêm de todo o lugar do Brasil. Tem uma página, a South America Memes, que também ajudou muito a fazer a música acontecer", lembra Nego Bam.

A lista de versões de "Malandramente" é extensa. De banda de rock a uma interpretação do Drake "real", passando por um simpático —e estranho japonês sanfoneiro e uma paródia garoto que só queria ir à balada, mas que antes precisava "tirar o lixo aí".

"Minha favorita é a do Bob Esponja. Minha filha adora o Patrick. Agora teve uma do Bon Jovi, cantando perfeito, que também é demais", escolhe Nandinho.

A estratégia para evitar o sumiço pós-internet, o que acontece com tantos, já foi traçada pela dupla: "Não acho que isso vai acontecer com a gente. Vamos continuar trabalhando dom o Dennis. O cara tem 20 anos no mundo do funk e é 'brabo' demais."

Nandinho, 29, e Nego Bam, 32, que vivem em Sepetiba e São João de Meriti (RJ)

 

 

FONTE: http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2016/10/03/como-malandramente-um-pedreiro-e-um-desempregado-virarem-estrelas-do-funk.htm

 

 

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