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Almir Guineto: cantor, autor e instrumentista levou seu samba do Fundo de Quintal a Marte
31/08/2017 20:02 em Música

Sambista completo, ele foi um dos grandes nomes do estilo em várias frentes. Almir fundou o Fundo de Quintal nos anos 80; sua música 'Coisinha do pai' tocou em missão da Nasa.

Na roda de samba, Almir Guineto estava de todos os lados. As composições, a voz e o talento instrumental fizeram do músico carioca um grande nome do estilo. O "rei do pagode" e "mestre do partido-alto" morreu aos 70 anos na manhã desta sexta-feira (5). Nos Originais do Samba, na bateria do Salgueiro, no Fundo de Quintal, em carreira solo e em inúmeras parcerias, foi uma das figuras mais marcantes da música brasileira.

O Morro do Salgueiro, no Rio, foi seu berço - na música e na vida. Lá ele nasceu, em 12 de julho de 1946, e se criou no samba. Ele conduziu a bateria da escola por 15 anos. Almir de Souza Serra (seu nome de batismo) seguiu os passos do pai, Iraci de Souza Serra, violonista e membro do grupo Fina Flor do Samba, e da mãe, Nair de Souza Serra, a Dona Fia, que era costureira do Salgueiro.

Almir entrou aos 16 anos no Originais do Samba, fundado por seu irmão mais velho, Francisco de Souza Serra, o Chiquinho, onde tocou por dez anos. Também fez parte da história do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, onde passou a ser cada vez mais visto no final dos anos 70, época em que levou o banjo para ser usado em arranjos de samba.

Fundo de Quintal

No início dos anos 80, criou o Fundo de Quintal, cuja formação incluia Jorge Aragão. Teve passagem curta, porém marcante na banda, coma qual lançou o álbum "Samba é no Fundo do Quintal".

Após sair do Fundo de Quintal, Almir Guineto se consolidou em uma consagrada carreira solo. Desde os anos 80, fez parcerias com outros grandes nomes da música brasileira - Chico Buarque, Nelson Gonçalves, Elba Ramalho, etc - e colegas do samba - Beth Carvalho, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, etc.

Da primeira composição, "Bebedeira do Zé", com os Originais, passando por "Mordomia", com a qual ganhou o prêmio MPB-Shell em 1981, a sambas inesquecíveis como "Conselho", "Caxambu" e "Mel na boca" (todas do clássico LP de 1986, obras de outros sambistas), deixou sua marca autoral e de interpretação.

Missão Guineto

Mas foi "Coisinha do pai", feita em parceria com Jorge Aragão e Luiz Carlos, que levou seu samba a outro planeta. Em 1997, a música foi escolhida pela engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra para tocar em um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte.

As parcerias não pararam. Em 2009, por exemplo, gravou com Mano Brown, do Racionais MCs. Seu álbum mais recente foi "Cartão de visita", de 2012. O disco autoral marcava o retorno aos estúdios após 11 anos, com participações de amigos como Arlindo Cruz e Adalto Magalha.

Sobre este último álbum, Almir Guineto falou ao programa "Segue o som", da TV Brasil:

Com seu jeito direto e simples, Almir disse: "(O disco) significa muita coisa. Eu estava pensando em parar, morando na roça já. Criando galinha, criando bicho. Mas a cobrança era muita. O povo encontrava comigo e falava: volta, volta... Aí acabei voltando".
Fonte: http://g1.globo.com/musica/noticia/almir-guineto-cantor-autor-e-instrumentista-levou-seu-samba-do-fundo-de-quintal-a-marte.ghtml
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